Como escolher o melhor cabo de áudio para o seu som ambiente
Você sabia que a qualidade do cabo pode mudar completamente a experiência sonora? Descubra como escolher o melhor fio para o seu som ambiente
Ao montar um projeto de som ambiente, você provavelmente foca na potência e na qualidade de equipamentos como amplificadores, receivers, caixas de som etc.
Mas existe um item geralmente negligenciado que pode afetar muito a experiência sonora: o cabo.
Não, fios não são todos iguais. Eles têm a mesma função, mas suas eficácias podem ser muito diferentes. E, infelizmente, um produto de má qualidade pode literalmente estragar seu projeto de sonorização.
Ou seja, você com certeza precisa dar atenção à escolha dos fios do seu som ambiente, especialmente em relação a uma série de características e propriedades que influenciam sua capacidade de transmissão de sinais de áudio.
Ter conhecimento dessas características garante que você não seja enganado na hora da compra e que não economize onde não deveria.
Um cabo mais barato pode parecer uma boa ideia a curto prazo, mas, com qualidade e durabilidade inferiores, sem dúvida sairá mais caro a médio e longo prazo.
Cabos ruins e inadequados podem, inclusive, gerar frustração por não oferecer a experiência sonora desejada. Não adianta ter os melhores equipamentos e não conseguir aproveitá-los, não é mesmo?
Se você não sabe nem por onde começar, não se preocupe: conheça os principais tipos de cabos de áudio e suas características mais importantes, e confira nossas dicas para ter uma excelente experiência:
Tipos de cabos de áudio
Existem diversos tipos de cabo, com características diferentes.
Os cabos analógicos, por exemplo, transmitem áudio por meio de sinais elétricos.
Eles podem ser balanceados ou não balanceados. O primeiro tipo leva dois fios condutores e a malha (aterramento), enquanto o segundo tem apenas um fio condutor e aterramento.
O fio adicional serve para minimizar a interferência de ruídos e equipamentos eletrônicos, de forma que os cabos balanceados são comumente utilizados em projetos de áudio profissionais.
Alguns tipos de cabo analógico são: XLR, TRS, TS e RCA. Conectores XLR costumam ser usados em microfones ou em entradas e saídas de áudio balanceados. Quanto ao RCA, vale mencionar que ele geralmente tem alta impedância, exceto para sinais digitais.
A impedância é a oposição que um circuito elétrico faz à passagem de corrente elétrica quando é submetido a uma tensão. Quanto mais alta é a impedância, maior a potência exigida para fazer o mecanismo funcionar corretamente. Quando a impedância não é “casada” com a potência de um equipamento, problemas podem ocorrer.
Entre os cabos analógicos mais frequentes, podemos citar o cabo Philips, que liga dois sinais analógicos e é comum em receivers, amplificadores ou entradas de áudio; o cabo P2/RCA, usado para ligar equipamentos como uma entrada auxiliar e um aparelho com saída de áudio, como celular ou TV; e o cabo de subwoofer com dupla blindagem, geralmente mais grosso, a fim de proteger a transmissão do som de interferências.
Existem ainda os cabos paralelos ou polarizados. Estes possuem dois fios condutores sem blindagem, com um polo positivo e outro negativo. São bastante utilizados para ligar duas caixas de som.
Já os cabos digitais transmitem áudio por sinais digitais através de códigos binários, a mesma linguagem utilizada por computadores.
Eles exigem menos conhecimento técnico que os analógicos, de forma que são bastante comuns em projetos residenciais.
Entre os mais frequentes, estão o cabo ótico com conector SPDIF e o cabo coaxial com conector RCA (como já foi apontado, embora o RCA seja analógico, também pode levar sinal digital).
Ambos são bastante utilizados em home theaters. No caso do primeiro, conectar um receiver com entrada óptica tem a vantagem de não precisar de nenhum outro equipamento. O lado ruim é que a fibra é muito frágil.
Há ainda o cabo HDMI 2.0, muito usado para conectar receivers e aparelhos de TV ou TV a cabo por ser compatível com ARC e transmissão de ethernet e suportar a transmissão de sinais em 4K.
O que ficar de olho: 4 características importantes dos cabos de áudio
Alguns dos fatores que afetam a qualidade dos cabos que você deve ficar de olho são: condutor interno, bitola, revestimento e blindagem.
Condutor interno
Você não enxerga o que está dentro do cabo, mas a qualidade desse “miolo” é muito importante, particularmente no que diz respeito à condutibilidade elétrica.
Se a composição for de baixa qualidade, pode haver ruídos e perdas de sinal.
No geral, cabos que possuem muitos condutores oferecem maior resistência. Esses condutores podem ser feitos de diversos materiais. Alguns dos mais comuns são cobre, bronze, alumínio e ouro.
O cobre é um dos melhores materiais para cabos, mas não é o mais barato. Por conta disso, existem fios feitos de misturas entre cobre e bronze. Embora ainda sejam muito resistentes e flexíveis, têm condutibilidade elétrica menor do que o cobre puro.
Já cabos de alumínio são mais leves e possuem boa resistência, mas podem apresentar alta impedância.
Por fim, o ouro, apesar de ser considerado o melhor condutor de eletricidade, não é muito utilizado por razões econômicas. Normalmente, é mais fácil encontrar cabos com terminações ou miolos banhados em ouro, ao invés de feitos de ouro puro.
Outro componente importante é a camada de carbono envolvendo os filamentos condutores, usada para reduzir a dissipação do sinal elétrico. Isso, por sua vez, resulta em uma característica muito desejada: distorção mínima.
Bitola
A bitola é a área da seção transversal de um cabo. Em outras palavras, é sua “face”.
Geralmente, é preciso tomar cuidado com as informações fornecidas por vendedores sobre a bitola: alguns podem calcular essa área usando apenas o diâmetro do cabo, enquanto a avaliação correta é mais complexa.
Primeiro, é necessário multiplicar o valor de π (pi) pelo raio do fio ao quadrado (r²). O resultado, em seguida, deve ser multiplicado pela quantidade de vias trançadas no cabo.
Uma dica aqui é procurar sempre fornecedores confiáveis, pois pode acontecer de produtos serem comercializados com bitolas menores do que as informadas na embalagem.
A bitola é fornecida em mm² ou AWG, e seu tamanho interfere na resistência do cabo de áudio. Quanto menor a bitola, maior a resistência.
Enquanto não existe uma recomendação padrão de tamanho, no geral, é importante não usar bitolas muito pequenas em aparelhos potentes, pois isso pode causar perda de potência.
Por fim, da mesma forma que ocorre com os condutores, se não for de boa qualidade ou adequada, a bitola pode prejudicar a sonorização.
Revestimento
O revestimento é fundamental para o isolamento elétrico, a resistência mecânica e a segurança do cabo de áudio.
Mesmo que os cabos sejam de baixa amperagem, é melhor estar protegido contra acidentes, principalmente curtos-circuitos e incêndios.
Geralmente, o revestimento é feito de algum material plástico, como o PVC. No que diz respeito ao revestimento, o importante é saber se o cabo segue a norma RC-7702, o que significa que ele foi testado antes de ser comercializado e resistiu bem a rupturas.
Blindagem
Cabos de boa qualidade são aqueles que possuem blindagem de alta densidade e suportam altas temperaturas.
Existem diferentes técnicas de blindagem, mas, no geral, ela é feita por uma folha metálica em um filme de poliéster ou de polipropileno. Essa “capa” deve proteger toda a extensão do fio, além da malha.
O resultado disso é reduzir ou eliminar ruídos causados pela interferência de outros sinais eletromagnéticos do ambiente. Tal interferência é mais frequente quando há compartilhamento de eletrodutos nas paredes, passagem de fio perto da rede elétrica etc.
Cabeamento estruturado
Bom, você já percebeu que os cabos fazem muita diferença em um projeto de sonorização.
É por esse motivo que fazer também um projeto de cabeamento estruturado pode ser uma boa ideia.
O cabeamento estruturado residencial é a padronização de cabos, conexões e dispositivos de uma casa. Esse tipo de projeto tem várias funções e vantagens, inclusive melhorar a transmissão de sinais.
No caso do som ambiente, fazer cabeamento estruturado em uma etapa anterior pode facilitar a instalação dos fios e torná-los muito mais organizados e eficientes.
Além disso, o cabeamento estruturado protege os cabos de danos enquanto deixa os cômodos da sua casa com uma estética mais clean.
Dicas finais
Sempre invista seu dinheiro em cabos condizentes com o padrão dos seus equipamentos.
Da mesma forma que um cabo inferior não funciona bem em um equipamento de maior qualidade, não adianta gastar com o melhor cabo e não se preocupar com o resto do projeto, o que inclui não só as escolhas certas de equipamento, mas também seu posicionamento estratégico e instalação correta.
Além do cabeamento estruturado, outra coisa que pode fazer uma grande diferença na sua experiência é ter um projeto de sonorização personalizado.
Ao invés de ir a uma loja e comprar itens com base em projetos de som ambiente padrão, você envia a planta da sua casa a uma equipe profissional e informa seus desejos, necessidades e orçamento.
Tudo isso permite a criação de uma solução exclusiva e ideal para você, sua casa e seu bolso.
Inclusive, você não ficará em dúvida sobre que tipo de cabo, bitola ou conector adquirir, pois terá a ajuda de especialistas o tempo todo.
Por fim, uma última dica para explorar ao máximo a sonorização ambiente é automatizá-la. A integração com a automação residencial permite que você crie cenas (configurações) especiais e controle todos os equipamentos com muito mais praticidade, usando o celular, a Alexa e outras interfaces.
Você também pode automatizar outros itens, como vídeo, iluminação e climatização, para ter uma experiência ainda mais completa e divertida.
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