O home theater residencial é um item essencial para quem ama assistir filmes e séries. Com seu efeito surround, pode trazer a qualidade do som do cinema para dentro de casa.

Mas como escolher o sistema ou modelo certo? Qual seria o melhor número de caixas acústicas? E quanto a potência?

Saiba como montar o melhor projeto de home theater para sua casa:

O que é home theater residencial?

Um sistema de home theater é composto por um aparelho chamado receiver, além de caixas acústicas posicionadas estrategicamente pelo ambiente, para fazer com que o áudio pareça vir de todas as direções - o chamado efeito surround.

Embora existam opções “in a box” - quando você compra todos os componentes juntos, de uma forma padronizada -, os melhores home theaters são personalizados.

Dessa forma, você compra os itens de forma separada e pode montar seu home theater de acordo com seus gostos e seu orçamento, bem como pode dimensioná-lo de acordo com o espaço que tem na sua casa.

Essa opção lhe dá uma garantia maior de satisfação com o resultado, pois você não corre o risco de gastar dinheiro com equipamentos que não são adequados para sua casa, como caixas com maior ou menor potência do que o necessário.

Mas não é muito recomendada se você não tiver a ajuda de especialistas, afinal de contas, muitos aspectos técnicos precisam ser levados em consideração para montar um projeto ideal de home theater.  

Outra vantagem de sistemas personalizados é que eles podem ser facilmente integrados a uma central de automação residencial. Além de áudio e vídeo, é possível automatizar iluminação, climatização e muito mais para criar a experiencia perfeita de cinema em casa. Já pensou?

Como escolher um sistema de home theater?

Conforme explicamos, esse sistema de som é composto por um receiver, além de caixas acústicas.

As nomenclaturas que costumamos ver em frente a “home theater” – como 5.1, 5.1.2, 7.1, 7.2.4 – indicam quantas caixas compõem o sistema.

Os números à esquerda mostram a quantidade de alto-falantes, e os números à direita a quantidade de subwoofer.

Quando existem três números, o último representa a quantidade de caixas acústicas que serão posicionadas obrigatoriamente em uma posição acima da cabeça do usuário, para imitar um som que viria “de cima” (como helicópteros, tempestades etc).

Sistemas que possuem essas caixas no alto são conhecidos como Dolby Atmos, por conta da empresa que os popularizou.

Cada uma das caixas acústicas do sistema tem uma função específica, ou seja, reproduz uma frequência sonora diferente. Elas podem ser posicionadas no chão, em móveis ou embutidas na parede.

O subwoofer, que também é uma caixa de som, é essencial para a experiência por ser responsável pelas frequências mais baixas, ou seja, por reproduzir os sons mais graves. Sem ele, diversas emissões não podem ser ouvidas e as músicas podem ficar mais “sem graça”.

Enquanto home theaters podem variar de 2.1 até 9.1, os modelos 5.1 e 7.1 são os mais utilizados. Modelos com menos do que 5 caixas perdem em imersão, enquanto modelos acima de 7 caixas costumam ser muito caros.

Um modelo bom seria o 5.1.2, enquanto o 7.2.4 seria uma configuração excelente para aqueles que valorizam bastante o som e possuem espaços maiores.

Dicas essenciais para fazer um bom projeto de home theater

Antes de escolher os equipamentos, atente-se para algumas dicas que podem te ajudar a fazer o projeto de home theater perfeito:

Acústica

A acústica do ambiente em que você deseja instalar o home theater pode afetar muito a experiência sonora, como a presença de móveis, vidraças, o tipo de revestimento das paredes e do piso, o material do qual a parede é feito etc.

Até o formato da sala pode interferir no som. No geral, a sala cúbica é pouco ideal (por exemplo, uma sala com a medida de 5 metros x 5 metros x 5 metros). Salas bicúbicas também não são muito apropriadas (como 10 metros x 5 metros x 5 metros).

Já salas quadráticas, que têm apenas duas medidas iguais (como largura e altura), embora não sejam adequadas, são melhores do que as cúbicas.

O tamanho do cômodo também importa. Por exemplo, se o pé direito for alto, as caixas podem propagar som por mais espaço.

Por fim, caso você queira melhorar sua experiência e se certificar de que o som não atrapalhará outros moradores e vizinhos, o tratamento acústico do ambiente pode ser uma boa saída.

Quantidade e potência das caixas

Escolher a quantidade certa de caixas e sua potência não é tão simples quanto parece. Fazer recomendações é uma tarefa complicada, pois, como vimos, até mesmo o material do qual sua parede é feita pode interferir na forma como o som se propaga pelo ambiente e exigir uma potência maior ou menor do que você está considerando.

No geral, se o cômodo tiver algo entre 15 m² e 25 m², vale a pena apostar em um home theater 5.1, com até 1.000 W de potência. Versões 7.1 com potência maior são mais aconselhadas para áreas maiores que 25 m².

Vale reforçar que esses conselhos não levam em conta os diversos elementos que podem abafar o som, como cortinas, revestimentos de parede etc. Em um projeto de home theater, é muito importante que os equipamentos sejam bem dimensionados, ou o resultado pode ser desagradável.

É importante lembrar ainda que, além da potência e da quantidade, o tipo e o design das caixas acústicas também podem variar.

Por exemplo, existem caixas de sobrepor ou embutidas, do tipo torre, bookshelf ou in ceiling. As primeiras costumam ter melhor qualidade sonora, enquanto as últimas são mais indicadas para espaços menores.

O ideal é que você consulte um especialista que leve em consideração a planta da sua casa e os desejos para escolher as melhores opções para você.

Distância entre a tela e o sofá

Para compor o seu cinema em casa, além do home theater, é necessário escolher uma tela, como uma smart TV ou um projetor.

No geral, a TV é a escolha mais indicada para quem deseja uma boa experiência com mais simplicidade. Isso porque existem modelos de fácil instalação com excelente resolução, tamanho de tela e custo-benefício, e que já vêm com todas as conectividades desejadas.

Por outro lado, se você deseja ter uma experiência de cinema em casa mais imersiva e possui um orçamento um pouco maior, os projetores podem ser melhores opções, graças a seus maiores (e mais flexíveis) tamanhos de tela e imagens mais nítidas ou mais vivas.

Além disso, os olhos cansam muito menos de olhar para projetores do que TVs, uma vez que a luz que atinge seu rosto não é direta.

O inconveniente fica por conta do fato de que a maioria dos projetores precisa de um media center, como Chromecast ou Apple TV, para se conectar à internet, bem como depende de um ambiente escuro para ter um bom desempenho. Por exemplo, é legal ter uma cortina blackout, para evitar que a imagem perca contraste, brilho ou definição.

Por fim, não faça sua escolha antes de observar o tamanho da sala ou do local onde você irá colocar o equipamento. Se não houver muito espaço, uma tela grande ficará desconfortável, ao invés de criar uma experiência bacana.

A distância recomendada para assistir um programa em uma TV com alta definição é de 1,5 vezes a 3 vezes o tamanho da tela. Sendo assim, uma TV de 75 polegadas exigiria uma distância mínima de cerca de 2,5 metros, e máxima de 5,5 metros.

Posicionamento das caixas acústicas

O posicionamento correto das caixas acústicas no ambiente é o que gera de fato o efeito surround e, por consequência, a sensação de imersão.

Por “correto”, não queremos dizer uma aproximação – a instalação deve obedecer a cálculos de distância e ângulo exatos, tanto em relação ao espectador quanto à tela.

Obviamente, essa configuração pode mudar de acordo com o número de caixas acústicas e do tamanho de sua casa. Por isso, mais uma vez, fazer recomendações pode ser um pouco difícil.

No geral, no entanto, os alto-falantes frontais são usados para emitir os sons mais importantes, sendo um central, um à esquerda e um à direita da tela.

Também é possível ter alto-falantes posicionados ao lado e atrás do sofá, para reproduzir sons que deveriam vir do lado, do fundo ou de longe. Eles permitem a sensação de movimento, como um ônibus passando, saindo dos alto-falantes traseiros para os centrais e vice-versa.

Por fim, nos sistemas Dolby Atmos, há ainda os alto-falantes posicionados acima, para reproduzir sons que deveriam vir do alto.

Um home theater 7.1.4, por exemplo, pode ser posicionado mais ou menos assim:

Conectividades e recursos

É importante que você escolha equipamentos compatíveis com todos os dispositivos que você gostaria de conectar ao home theater, ou seja, dos quais você gostaria de reproduzir áudio, como TV, smartphone, videogame etc.

Também preste a atenção em recursos como HDMI, Bluetooth, conectividade com a internet etc.

Existem ainda modelos que contam com leitor de Blu-Ray e DVD embutido, receptor de TV digital etc.

Fabricantes

Ao montar um home theater, você pode comprar, se quiser, todas as peças de forma separada.

Isso significa que você pode “misturar” fabricantes. Mas fique atento: alguns equipamentos funcionam muito melhor quando usados em conjunto com produtos da mesma linha.

Outra dica é comparar marcas nacionais e internacionais, não só em relação à qualidade, mas também à existência de assistência técnica autorizada no Brasil. Isso é importante para garantir a integridade dos equipamentos ao longo do tempo.

Qualidade dos cabos

Não economize nos cabos de áudio. São eles que levam o sinal para os aparelhos e, se forem de má qualidade, podem estragar completamente a experiência.

Já pensou investir em equipamentos excelentes, mas ter um som ruim, com chiados e falhas, por causa dos cabos?

Eles podem não ser os itens mais baratos, mas isso é porque fazem uma diferença muito grande na qualidade sonora.

Projeto profissional: planejamento e instalação de primeira

Como você deve ter percebido, montar um home theater não é tão simples. É preciso considerar diversos fatores, desde a acústica do ambiente até a instalação, para chegar a um bom resultado.

É por isso que fazer um projeto junto a uma equipe profissional vale a pena – com uma visita técnica e a planta da sua casa, os especialistas podem recomendar os melhores equipamentos para você, de forma que não erre nas escolhas.

Eles também ficam responsáveis pela implantação e instalação do sistema visando seu melhor funcionamento, ou seja, considerando a acústica da sala, a infraestrutura elétrica, a qualidade dos componentes como os cabos, o posicionamento no cômodo etc.

Por fim, os profissionais também podem te ajudar a integrar seu home theater à automação residencial, bem como garantir que seu sistema de áudio e vídeo tenha todas as características e recursos que você deseja, incluindo conectividades, para tornar sua experiência realmente incrível.

Automação de áudio e vídeo: outro significado para “cinema em casa”

Uma dica que pode melhorar ainda mais sua experiência é a integração dos equipamentos de áudio e vídeo de sua casa a um sistema de automação residencial.

Com isso, você pode controlá-los usando apenas seu smartphone ou um assistente pessoal como a Alexa.

Você pode ainda criar cenas ou configurações especiais para momentos diferentes, especialmente se automatizar também itens como iluminação, climatização e cortinas.

Imagine ter uma cena “cinema” que feche as cortinas, diminua a intensidade das luzes, ligue o home theater, baixe o projetor, acione o ar-condicionado e o que mais você desejar, a um só clique ou comando de voz? O filminho de sexta à noite nunca mais será o mesmo!

Quanto custa um home theater personalizado?

De forma geral, um sistema de home theater personalizado composto por equipamentos de fabricação nacional sai a partir de R$ 20 mil, incluindo a instalação. Se você pretende investir esse valor, inclusive, a montagem de um projeto com ajuda profissional é essencial para maximizar sua experiência.

Claro que esse custo pode ser maior caso você deseje mais funcionalidades, como interfaces de controle mais sofisticadas, ou caixas acústicas importadas, entre outras coisas. Um projeto de alta qualidade, por exemplo, custa geralmente em torno de R$ 30 a 60 mil.