A automação residencial sem fio é geralmente procurada pela facilidade que proporciona aos usuários: controlar todos os equipamentos da casa à distância, sem precisar de nenhuma infraestrutura.

De fato, a tecnologia wireless, que não usa nenhum cabo para funcionar, está cada vez mais presente no dia a dia das pessoas, bem como de suas casas inteligentes.

Mas, quando se trata de automação residencial, o Wi-Fi nem sempre é a melhor opção. Existem protocolos sem fio mais interessantes, dependendo do seu objetivo.

Saiba como funciona a automação via Wi-Fi, qual a diferença em relação a protocolos sem fio como ZigBee e Z-Wave, e se este tipo de automação é para você:

Como funciona a automação via Wi-Fi?

O Wi-Fi é o sistema que utilizamos para nos conectar à internet. Se você já tem um roteador na sua casa, a única coisa que precisa, para automatizar itens via Wi-Fi, é comprar dispositivos que também se conectem a ele.

Esse tipo de conexão, assim, depende de sua rede de internet, podendo ser controlado por meio de aplicativos que podem ser instalados em seu smartphone, ou por assistentes como a Alexa e o Google Home.

Por outro lado, protocolos como o ZigBee e o Z-Wave não usam sua rede de internet. Eles criam uma especificamente para a comunicação entre aparelhos em casas inteligentes, e por isso necessitam de um hub específico.

Essa rede é chamada de “rede mesh” (ou rede em malha). De forma simplificada, os dispositivos ZigBee ou Z-Wave são como uma estrada interligada que oferece a passagem do sinal de um dispositivo para o outro. Como resultado, são mais eficientes em distribuí-lo pela casa.

Em outras palavras, este tipo de protocolo geralmente permite que o sinal tenha um alcance maior, além de mais estabilidade.

Automação Wi-Fi: prós e contras

Uma das maiores vantagens do Wi-Fi é que existem muitos dispositivos inteligentes de custo baixo que podem ser conectados a ele no mercado, especialmente do tipo DIY (“do it yoursef” ou “faça você mesmo”).

Logo, em comparação com a automação cabeada e com protocolos sem fio como ZigBee e Z-Wave, ele é definitivamente uma opção mais barata e muito mais fácil de instalar, requerendo pouca ou nenhuma ajuda profissional.

Além disso, você não precisa adquirir nenhum hardware extra, nem fazer uma reforma (caso da passagem de cabos, se a sua casa já estiver construída).

Mas provavelmente vai ter algum gasto – afinal de contas, o alcance do sinal de Wi-Fi não é tão bom, o que leva à necessidade de ter mais pontos de acesso (como repetidores), além de um excelente roteador.

Quanto às desvantagens, a mais óbvia é justamente a necessidade de internet para funcionar. Interferências (como móveis e paredes) e sinais fracos podem facilmente interromper a conexão.

A rede também pode ficar rapidamente sobrecarregada, dependendo de quantos dispositivos inteligentes – além dos celulares, computadores e tablets – estão conectadas a ela.

Em comparação com as demais opções, a conexão Wi-Fi também causa um consumo maior de energia, com reflexos visíveis na sua conta de luz.

E isso tudo sem contar a segurança – uma rede Wi-Fi é facilmente hackeada. Já pensou estranhos tendo acesso a imagens ao vivo de sua casa através de suas câmeras de segurança conectadas ao WiFi?

E quanto ao ZigBee e o Z-Wave? Quais são os pontos fortes e fracos?

Protocolos como o ZigBee e o Z-Wave não precisam de internet para enviar as informações e, portanto, não são tão suscetíveis a interferências.

De forma geral, alcançam distancias maiores dentro de casa e gastam menos energia - cerca de 10 vezes menos do que o Wi-Fi, para se ter uma noção.

Esses protocolos também costumam suportar muito mais dispositivos conectados ao mesmo tempo – centenas ou milhares, em comparação com dezenas no caso do seu roteador.

Por outro lado, necessitam de um hub específico e de dispositivos compatíveis com ele para funcionar corretamente, tornando-se opções significativamente mais caras.

Em perspectiva, uma boa automação sem fio, considerando a obtenção de equipamentos de qualidade com instalação profissional, sai geralmente mais cara do que uma automação cabeada.

Por fim, esses protocolos não são necessariamente mais seguros do que o Wi-Fi contra intrusos. Embora existam várias tecnologias de criptografia, a maioria dos métodos sem fio tem fraquezas que podem ser exploradas por hackers.

Qual escolher: automação Wi-Fi, sem fio ou cabeada?

Não há resposta certa para essa pergunta. Tudo depende do que você pretende com o seu sistema de automação e do seu orçamento.

A automação Wi-Fi é a opção mais barata das três e costuma ser mais vantajosa para quem procura algo simples de instalar para pontos determinados da casa – como uma luz na garagem, uma cortina na sala etc.

Não há por que investir muito dinheiro, se o seu objetivo for esse. Você pode começar comprando uma cortina motorizada e conectando-a à sua Alexa, por exemplo. No futuro, se pegar o gosto, pode incrementar sua casa inteligente.

Por outro lado, se você busca um projeto de automação mais complexo que compreenda mais itens da sua casa, vale a pena apostar em um sistema profissional, seja com ou sem fio.

Protocolos como o ZigBee e o Z-Wave são boas alternativas especialmente se a sua casa já estiver construída. Além de não exigirem reformas, são expansíveis e possuem um funcionamento mais confiável do que o Wi-Fi.

Se a sua casa estiver em fase de construção, no entanto, a opção ideal é certamente a automação cabeada.

Além do melhor custo-benefício, redes com fio possuem naturalmente uma velocidade mais rápida que as melhores redes sem fio, e são muito mais seguras.

Vale notar ainda que a automação cabeada também pode ser expandida, sem necessidade de reformas. Para isso, basta planejar com antecedência e fazer um bom projeto de cabeamento estruturado.

Em outras palavras, o melhor cenário é fazer um projeto de cabeamento estruturado e de automação residencial junto com a planta da casa, na fase de construção. Dessa forma, sua casa estará sempre preparada para receber inovações.